A leitura destas observações sobre a cirurgia plástica abdominal servirá para esclarecê-o(a) sobre os detalhes que certamente estão lhe interessando no momento. Existem informações errôneas quanto a esta cirurgia, informações essas geradas por casos excepcionais de pacientes operadas por profissionais não habilitadas para tal.
A conveniência de associá-la ou não a outra(s) cirurgia(s) será ponderada durante a consulta afim de estabelecer as vantagens e desvantagens de tal associação.
Acompanhe no link ao lado ou abaixo, as perguntas mais frequentes feitas pelos(as) pacientes ao cirurgião plástico, por ocasião da consulta inicial.
Sendo uma cirurgia que retira determinada quantidade de pele e gordura, evidentemente haverá uma redução no peso corporal, que varia de acordo com o volume do abdome de cada paciente. Não são, entretanto, os “quilos” retirados que definirão o resultado estético, mas sim as proporções que o abdome mantenha com o restante do tronco e os membros. Paradoxalmente, os abdomes que apresentam melhores resultados estéticos são justamente aqueles em que se fazem as menores retiradas. Assim é que a maioria das mulheres apresentam certa “flacidez” do abdome após 1 ou vários partos, com predominância de pele sobre a quantidade de gordura localizada na região. Estes casos nos permitem excelentes resultados. Em outros casos, em que o paciente está com o peso acima do normal, o resultado também será compensatório e proporcional ao restante do corpo; entretanto, vale a pena lembrar que “excesso de gordura” em outras regiões vizinhas do abdome ainda existirão, o que nos leva a aconselhar àquelas que assim se apresentem a prosseguir com um tratamento clínico ou fisioterápico, para equilibrar as diversas partes entre si.
A cicatriz resultante de uma Plástica Abdominal localiza-se horizontalmente logo acima da implantação dos pelos pubianos, prolongando-se lateralmente em maior ou menor extensão, dependendo do volume do abdome a ser corrigido. Esta cicatriz é planejada para ficar disfarçada sob as roupas de banho (há casos em que até mesmo “Bikinis” pequenos poderão ser usados), e infalivelmente passará por vários períodos de evolução, como se segue:
a- PERÍODO IMEDIATO: Vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto excelente e pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.
b- PERÍODO MEDIATO. Vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período haverá espessamento natural da cicatriz, bem como mudança na tonalidade de sua cor, passando de “vermelho” para o “marrom”, que vai, aos poucos, clareando. Este período, o menos favorável da evolução cicatricial, é o que mais preocupa as pacientes. Como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos às pacientes que não se preocupem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.
c- PERÍODO TARDIO: Vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia do abdome deverá ser feita após este período.
Na resposta anterior foram feitas algumas ponderações sobre a evolução da cicatriz. Entretanto, resta ainda acrescentar algumas observações sobre o novo abdome, no que tange à sua consistência, sensibilidade, volume, etc.
1- Nos primeiros meses, o abdome apresenta uma insensibilidade relativa, além de estar sujeito a períodos de “inchaço”, que regride espontaneamente.
2- Nesta fase, poderá ficar com aspecto de “esticado” ou “plano”. Com o decorrer dos meses, tendo-se iniciado os exercícios orientados para modelagem, vai-se gradativamente atingindo o resultado definitivo. Nunca se deve considerar como definitivo qualquer resultado, antes de 12 a 18 meses de pós-operatórios.
Não. O seu próprio umbigo será transplantado e, se necessário, remodelado. Deve-se levar em conta que, circundando o umbigo existirá uma cicatriz que sofrerá a mesma evolução da cicatriz inferior (descrita no item no. 02). Várias técnicas existem para a reimplantação do umbigo. Todas elas são passíveis de futuras revisões cirúrgicas, caso venha a ser necessário. Isto acontece em decorrência da anomalia na evolução cicatricial de certas pacientes, e é passível de correção, mediante uma pequena cirurgia sob anestesia local, após alguns meses.
Nem sempre. Isto depende do seu tipo de tronco (conjunto tórax + abdome). Se ele for do tipo curto, dificilmente será corrigido. Sendo do tipo longo, o resultado será mais favorável. Também tem grande importância, sob este aspecto, a espessura do panículo adiposo (espessura da gordura) que reveste essa área do corpo. Algumas vezes se faz necessária a indicação de uma incisão vertical para melhores resultados nesta área.
O tipo dependerá exclusivamente de seu próprio manequim. É claro que os decotes inferiores mais “generosos” (tangas) ficarão por conta dos casos em que os resultados sejam mais naturais . Lembre-se que o bisturi do cirurgião apenas aprimora suas próprias formas, que poderão ser melhoradas ainda mais, com cuidados de uma esteticista ou fisioterapeuta, desde que se associe estes tratamentos complementares logo nas primeiras semanas após a cirurgia.
O seu médico ginecologista lhe dirá da conveniência ou não de nova gravidez. Quanto ao resultado, poderá ser preservado, desde que na nova gestação seu peso seja controlado por aquele especialista. Aconselhamos entretanto, que tenha todos os filhos programados antes de se submeter a uma plástica abdominal, para evitar retoques futuros.
Não. Uma plástica abdominal de evolução normal não deve apresentar dor. O que existe é um grande equívoco por parte de certas pacientes, que são operadas simultaneamente de cirurgias ginecológicas associadas à dermolipectomia e relatam por isso, dores pós-operatórias. Nem todos os cirurgiões costumam recomendar esta associação de cirurgias, por constituírem certo risco operatório, além de apresentam inconvenientes como dores e resultados menos favoráveis.
Raramente a plástica abdominal traz sérias complicações, desde que realizada dentro de critérios técnicos. Isto se deve ao fato de se preparar convenientemente cada paciente para o ato operatório, além de ponderarmos sobre a conveniência de associação desta cirurgia simultaneamente a outras. O perigo não é maior nem menor que uma viagem de avião ou de automóvel, ou mesmo o simples atravessar de uma rua.
Anestesia geral ou peridural.
Em média 90 a 120 minutos. Este período poderá ser prolongado, se o caso demandar. Entretanto, o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de Centro Cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação anestésica e recuperação pós-operatória. Durante a consulta, você será informado quanto ao tempo total provável.
De 1 a 3 dias (evolução normal).
Sim. Curativos especiais, trocados periódicamente pela equipe cirúrgica. Consulte a seção de orientações para o Pós-operatório.
A retirada dos pontos poderá ser iniciada em torno do 15o. dia, devendo ser feita de maneira seletiva, nos dias que se seguem. Raramente a retirada total passa de 3 semanas.
Geralmente após 3 dias.
Você não deve se esquecer que, até que se consiga atingir o resultado almejado, diversas fases são características deste tipo de cirurgia. Assim é que, no item 02, foi-lhe informado sobre a evolução cicatricial (até o 18º mês). No item 03, sobre a evolução da forma do abdome, bem como a sensibilidade, consistência, etc. Entretanto, poderá lhe ocorrer alguma preocupação no sentido de “desejar atingir o resultado final antes do tempo previsto”. Seja paciente pois seu organismo se encarregará de dissipar todos os pequenos transtornos intermediários que, infalivelmente chamarão a atenção de alguma de alguma pessoa que não se furtará à observação: “//SERÁ QUE ISTO VAI DESAPARECER MESMO?//” – É evidente que toda e qualquer preocupação de sua parte deverá ser a nós transmitida. Daremos os esclarecimentos necessários, para sua tranqüilidade.
Em tempo: Em algumas pacientes, ocorre uma certa ansiedade nesta fase, decorrente do aspecto transitório (edema, insensibilidade, aspecto cicatricial, etc.). Isto é passageiro e geralmente reflete o desejo de se atingir o resultado final o quanto antes. Lembre-se que nenhum resultado de cirurgia do abdome deverá ser considerado como definitivo antes dos 12 aos 18 meses. Em caso de pacientes muito obesas, poderá ocorrer, após o 8o. dia, a “eliminação de razoável quantidade de l íquido amarelado (Seroma) ” por um ou mais pontos da cicatriz. Este fenômeno nada mais é do que o transudamento cirúrgico e a liquefação da gordura residual próxima à área da cicatriz que está sendo eliminada, sem que isso venha a se constituir como complicação. Existem recursos para evitar que esse vazamento venha a lhe ocorrer em situações inoportunas.
Após a realização das consultas de avaliação e uma vez estabelecido o plano de tratamento é importante que as regras orientadas pela equipe sejam seguidas, mesmo no pré-operatório.
Se durante o preparo foi evidenciada a necessidade de perda de peso, isso ocorreu com objetivo de produzir um melhor resultado tanto para o contorno corporal quanto para a sua saúde, como um todo. Porém, esse emagrecimento deverá ser realizado com critério, sem exageros comuns de dietas mirabolantes como as líquidas exclusivas sem indicação, as da “Lua” ou das Sopas. Essa perda de peso poderá ser melhor acompanhada com a participação de seu endocrinologista ou nutricionista, quando não for possível realizá-la sozinho (a).
Para estes pacientes sugerimos que todo e qualquer planejamento para cirurgia plástica deve ter a anuência de seu cirurgião bariátrico, que estará lhe acompanhando e poderá dizer qual o melhor momento para uma avaliação com vistas a cirurgia plástica reparadora.
Na ocasião do pré-operatório, serão solicitados exames laboratoriais e complementares para avaliar possível alterações clínicas que por ventura possam ainda existir. Exames estes adaptados caso a caso mas, geralmente, em número menor do que aqueles solicitados para a realização da própria cirurgia bariátrica.
No caso de medicações, como repositores vitamínicos e de ferro, estas não deverão ser suspensas (a não ser no dia da cirurgia), pois sua manutenção possibilita uma maior resistência não só ao ato cirurgico em si como também a qualidade do próprio pocesso cicatricial.
Isto é necessário para que o hospital realize a adequada distribuição dos pacientes nos leitos disponíveis e para que todo material necessário para o procedimento seja disponibilizado a tempo.
1º) Retirar a cinta / sutiã (na posição sentada, para evitar tonturas);
2º) Retirar somente os esparadrapos superficiais com gaze por baixo, localizados sobre os sem gaze (que estão colocados diretamente sobre as incisões – não retirar esses esparadrapos);
3º) Higiene Diária, com água corrente – fria ou morna – e sabonete líquido tipo Soapex nas áreas próximas à(s) cirurgia(s); Usar toalhas limpas e secas, a cada banho;
4º) Com gazes estéreis, passar Álcool a 70° sobre todas as incisões, por cima do esparadrapo antialérgico: esperar secar
5º) Passar Nebacetin no umbigo e em torno do orifício dos drenos (cobrir com gase e micropore), porém se for alérgico(a) a sulfa, usar Bactroban;
6º) Passar a pomada Hirudoid sobre a área de lipoaspiração (e nas equimoses ou hematomas);
7º) Colocar novos esparadrapos antialérgicos com gaze, sobre os que estão colocados diretamente sobre a incisão na pele; proteger aréola e mamilos com gaze;
8º) Colocar modelador/cinta/sutiã limpo. (trocar diariamente)
Orientações Gerais
Atenção: Provavelmente você estará se sentindo tão bem, a ponto de esquecer que foi operada recentemente. Cuidado! A euforia poderá levá-la a um esforço inoportuno, o que poderá causar certos transtornos.
SEROMA: Em casos de PLÁSTICA ABDOMINAL (em pacientes ainda com sobrepeso), poderá ocorrer após o 8o. dia, a eliminação de certa quantidade de líquido amarelado ou sanguinolento, por um ou mais pontos de cicatriz. Não se preocupe, porque se isto lhe ocorrer não significa complicação, é apenas a eliminação da gordura liquefeita associada aos líquidos liberados do espaço cirúrgico (transudato).
DIETA: Salvo em casos especiais, alimentação livre, a partir do segundo dia, principalmente à base de proteínas (carnes e leite ) e vitaminas (frutas). Evitar gorduras. E aguarde para fazer sua “dieta ou regime de emagrecimento”, após a liberação médica. A antecipação desta conduta por conta própria, poderá determinar conseqüências difíceis a serem sanadas.
.Fonte:
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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