A cirurgia bariátrica surgiu através da evolução de conceitos cirúrgicos na especialidade de Cirurgia Geral, proporcionando uma verdadeira revolução nas técnicas de Cirurgia Plástica que foram adaptadas para a correção de diversas distrofias que podem surgir com o após a grande perda de peso. Na medida em que proporciona uma recuperação da condição de saúde através da perda ponderal e da reeducação alimentar, se faz necessária a recuperação social deste indivíduo pela re-adequação da sua relação corporal.
A reparação do contorno corporal irá exigir a utilização de técnicas de Cirurgia Plástica variadas, de acordo com o tipo de emagrecimento que venha ocorrer e dos locais de gorduras lipodistróficas que por ventura permaneçam.
O emagrecimento ocorre de forma gradual na maioria dos casos, sendo um pouco mais rápido nos primeiros meses em função do pós operatório imediato que passa pelas fases de dieta liquida e pastosa, momento este que deve ser acompanhado atentamente pela equipe, para que a desnutrição gerada não prejudique a cicatrização e até mesmo funcões elementares.
Para uma boa recuperação cutânea e muscular é indicado o início de atividades físicas após a cicatrização definitiva (em torno do 3o mês), o que poderá ser proporcionado por hidroginástica ou caminhadas de baixo impacto, visando a não sobrecarga cardiovascular e articular.
Após 1 ano da cirurgia bariátrica, a estabilidade de peso já deverá estar próxima, desde que sejam seguidas todas as orientações, assim se faz necessária a programação do tratamento reparador.
Lipoaspiração
Associada a outras técnicas ou isoladamente, tem sua aplicabilidade para casos de gordura localizada, nunca como tratamento da obesidade ou acelerador do emagrecimento. Respeitando-se o limite legal de 5% do peso corporal. Lembrando-se que para uma melhor segurança, pode ser empregado um vasoconstrictor local (adrenalina) por meio da solução de infiltração, visando a diminuição da perda sanguínea durante a passagem das cânulas.
Qualquer outro procedimento de cirurgia plástica pode ser realizado, desde que seja adequado para cada caso e tenha sua indicação, sem comprometer a segurança do ato cirúrgico.
As associações de procedimentos são comuns em cirurgia plástica, mas devem ser empregadas com critérios. As mais freqüentes associações são:
1. Abdominoplastia + Mamoplastia
2. Abdominoplastia + Braquioplastia
3. Abdominoplastia + Cinturão posterior (BELT ou Circunferencial)
4. Lipoaspiração + qualquer uma das anteriores.
As associações poderão ser empregadas de acordo com o julgamento da equipe cirúrgica, em função das condições clínicas e das necessidades de cada caso, uma vez que tais associações exigem uma boa reserva orgânica de sangue e nutrientes, assim como um controle rigoroso do sangramento durante a cirurgia, tendo em vista o calibre aumentado dos vasos sanguíneos cutâneos, que se perpetuam em detrimento da perda ponderal, exigindo um maior tempo cirúrgico para segurança do controle da hemostasia, assim como a utilização de drenos.
A necessidade de uma perfeita integração entre o cirurgião plástico e o anestesista é imperativa para qualquer paciente, mas principalmente nestes casos, tendo em vista a programação de cirurgias reparadoras que irão ocorrer em série com intervalos médios de 4 meses. A realização desta série, em geral se baseia no sucesso do primeiro procedimento reparador.
As complicações esperadas para este tipo de paciente são geralmente relacionadas ao pós-operatório tardio, pelo aparecimento de seromas, sofrimento de bordos de cicatrização (Pacientes fumantes) e cicatrizes hipertróficas. Em relação ao pós-operatório imediato, o aparecimento de complicações esta diretamente relacionado ao cuidado pré e transoperatório, assim podemos esperar eventualmente hematomas, ou perda sanguínea transoperatória com necessidade de transfusão. Vale a lembrança que o perfil hematológico destes pacientes é de anemia crônica com recuperação lenta pela via digestiva. Portanto, experiência com este grupo de pacientes é fundamental para boa condução clínica e cirúrgica.
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