Para a maioria dos brasileiros, a busca pela pele bronzeada é sinônimo de beleza e saúde, tendo em vista o vasto litoral que o Brasil possui. Entretanto, é fato comprovado e preocupante que a exposição ostensiva durante um período de tempo pode desencadear o câncer de pele. Deve-se levar em conta fatores genéticos (tipo de pele) e história familiar. Especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica advertem:
“A exposição ao sol de forma inadequada pode trazer inúmeros prejuízos à pele, além de ser responsável pelo câncer de maior incidência no Brasil – o da pele”. As últimas estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2006, previram 122.400 novos casos da doença.
Câncer da pele é o crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, dependendo da camada afetada, teremos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares; o mais perigoso é o melanoma.
A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento do câncer e o envelhecimento da pele. Ela se concentra nas cabines de bronzeamento artificial e nos raios solares.
O Carcinoma Basocelular é o tipo mais freqüente, e representa 70% dos casos. É mais comum após os 40 anos, em pessoas de pele clara. Seu surgimento está diretamente ligado à exposição solar acumulativa durante a vida. Apesar de não causar metástase, pode destruir os tecidos à sua volta, atingindo até cartilagens e ossos.
Já o Carcinoma Espinocelular é segundo tipo mais comum de câncer da pele, pode se disseminar por meio de gânglios e provocar metástase. Entre suas causas, estão a exposição prolongada ao sol, principalmente sem a proteção adequada, tabagismo, exposição a substâncias químicas com arsênio e alcatrão e alterações na imunidade.
O Melanoma é o tipo mais perigoso, com alto potencial de produzir metástase. Pode levar à morte se não houver diagnóstico e tratamento precoce. É mais freqüente em pessoas de pele clara e sensível. Normalmente, inicia-se com uma pinta escura.
Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva na Terra, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pele clara, sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares, incapacidade para bronzear e pintas.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que todas as medidas de proteção sejam adotadas na quando houver exposição ao sol: uso de chapéus, camisetas e protetores solares. Também deve ser evitada a exposição solar entre 10 e 16h (horário de verão). É importante ressaltar que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15.
Além da proteção solar, é importante fazer uma avaliação clínica da pele para prevenir o desenvolvimento da doença. É preciso estar atento a alguns sinais:
# Um crescimento na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida;
# Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
# Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomenda o uso das câmaras de bronzeamento artificial para fins estéticos, pois os raios emitidos por essas máquinas podem trazer prejuízos à saúde, como envelhecimento precoce e câncer da pele. A fim de coibir a prática indiscriminada do bronzeamento, a SBD atuou junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na regulamentação dos estabelecimentos que possuem tais câmaras – RDC nº 308, de 14 de novembro de 2002.
A resolução também proíbe o uso da técnica para menores de 16 anos e por jovens com idade entre 16 e 18 anos que não apresentarem autorização do responsável legal. E quem não fornecer ou apresentar Avaliação Médica indicando situação de risco também estará impedido. As Avaliações Médicas realizadas mais de 90 dias antes do início das sessões do cliente não serão aceitas. Além disso, o usuário deverá assinar um Termo de Ciência, no qual declara ter conhecimento do resultado da Avaliação Médica e dos riscos do uso da técnica.
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD
No caso de você ter encontrado alguma mancha ou pinta fora dos padrões de normalidade, não exite em procurar um profissional habilitado, ou seja, o seu médico de confiança, de preferência um dermatologista ou cirurgião plástico que tenha experiência com câncer de pele.
Uma vez feito o diagnóstico de suspeição, o melhor que se pode fazer será realizar uma biópsia incisional (parcial) ou excisional (total) da lesão, conduta esta definida pelo seu médico.
Existem diversas técnicas de tratamento, de acordo com o diagnóstico da lesão (após análise de um patologista), mas o melhor tratamento é aquele realizado de forma precoce e eficaz.
Seja consciente e se examine (ou solicite ajuda no caso do dorso) regularmente !
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